Nem toda dor na barriga é Gastrite! Cuidado! Sabe identificar os sintomas? Conhece as causas? Entende como funciona o tratamento? Vamos juntos entender mais sobre esse tema tão incômodo e comum a muitas pessoas.
O que é Gastrite? Quais as suas causas?
O termo “gastrite” é genérico e remete a qualquer inflamação do estômago, independente da causa. Várias são as causas desse problema de estômago, sendo a principal causa de gastrite crônica a infecção pela bactéria H. pylori, bastante comum na população geral e potencialmente grave, podendo causar úlceras e aumentar o risco de câncer de estômago.
Outros irritantes do estômago, como anti-inflamatórios, álcool, antibióticos e a própria bile também podem agredir o estômago, gerando sintomas desconfortáveis. Também existe uma gastrite autoimune, onde o próprio sistema de defesa do organismo ataca as células do estômago, causando inflamação e atrofia do órgão a longo prazo, podendo estar associado a outras doenças autoimunes e causar anemia, bem como deficiência na absorção de nutrientes e vitaminas, como e ferro e a vitamina B12.
Como identificar os sintomas?
Os sintomas de dor na “boca” do estômago, empachamento, queimação ou azia podem estar presentes nos casos de gastrite, assim como vômitos ou desconforto na parte superior da barriga. Não existem sintomas específicos, exclusivos de Gastrite, por isso devemos sempre afastar outras doenças, como úlceras, doença do refluxo, crises de pedra na vesícula ou mesmo pancreatite. É importante uma consulta e exame físico minuciosos, bem como uma Endoscopia para elucidação diagnóstica na maior parte dos casos, especialmente nos casos em que também existem “sinais de alarme”, que necessitam ser prontamente investigados, como:
- Perda de peso importante;
- Dificuldade para engolir (disfagia);
- Massa palpável no abdome;
- Anemia;
- Sangramento digestivo;
- Vômitos recorrentes ou icterícia (coloração amarelada da pele).
E a “Gastrite Nervosa”? Ela existe?
Muitos pacientes que atribuem seus sintomas à “gastrite” na verdade têm a chamada “Gastrite Nervosa” ou Dispepsia Funcional (nome técnico da doença), onde não há inflamação propriamente dita, mas sim uma sensibilidade aumentada do estômago, gerando sintomas crônicos que incomodam bastante o paciente. Mas atenção!!! O diagnóstico dessa condição só é conseguido após investigação adequada.
E o tratamento?
Como existem várias causas para um mesmo problema, o tratamento depende da causa da Gastrite. Se houver infecção pelo H. pylori, devemos usar antibióticos para matar a bactéria. Na maioria dos casos, o bloqueio da produção de ácido através do uso de “Prazóis” (Omeprazol, Pantoprazol, por exemplo) é eficaz no controle da inflamação e melhora dos sintomas, assim como uso de antiácidos. Suspender o uso de anti-inflamatórios também é fundamental.
Embora a dieta não “cure” propriamente a gastrite, evitar alguns alimentos-gatilho, como café, álcool, bebidas gaseificadas (refrigerantes, água com gás, cerveja) e alimentos fermentáveis devem ser evitados durante as crises e no início do tratamento, sob pena de piorar os sintomas. Outras medidas gerais, como fracionar a dieta (5-6 refeições ao dia), mastigar bem os alimentos e adotar um estilo de vida saudável também devem ser adotadas. Antiácidos costumam amenizar os sintomas nos casos leves.
Não é normal viver empachado, com queimação ou com dores no estômago que atrapalham o seu dia a dia.
