A pancreatite é uma inflamação do pâncreas que pode ser aguda ou crônica. Quando aguda, ocorre com início repentino e geralmente é causada por cálculos biliares ou pelo consumo excessivo de álcool. Já quando é crônica, cursa com uma inflamação persistente que pode levar a danos permanentes.
O pâncreas é um órgão essencial para a digestão e o controle metabólico. Suas duas principais funções envolvem a produção de enzimas digestivas que ajudam a decompor os alimentos no intestino delgado, e a liberação de hormônios, como a insulina e o glucagon, que regulam os níveis de glicose no sangue.
Qualquer disfunção no pâncreas, como na pancreatite, pode levar a problemas digestivos e metabólicos graves, ressaltando a importância desse órgão no equilíbrio do organismo.
Neste artigo, exploraremos mais a fundo a pancreatite, incluindo seu desenvolvimento, fatores de risco associados, como é feito o diagnóstico e meios de prevenção. Leia até o final e conheça mais sobre essa condição!
Como a pancreatite se desenvolve?
A pancreatite pode se desenvolver devido a diferentes causas, e a forma como ela ocorre depende do tipo de pancreatite: aguda ou crônica.
Pancreatite aguda
Geralmente, a pancreatite aguda ocorre devido à obstrução das vias pancreáticas, o que impede o fluxo das enzimas digestivas para o intestino delgado Assim, as enzimas se ativam ainda no pâncreas e iniciam um processo inflamatório.
Essa obstrução pode ser causada por cálculos biliares que migram para o ducto pancreático, consumo excessivo de álcool, infecções, traumas ou reações a medicamentos.
Pancreatite crônica
A pancreatite crônica é uma inflamação prolongada e recorrente do pâncreas, que geralmente é causada pelo consumo crônico e excessivo de álcool.
Outras causas menos comuns de pancreatite crônica podem incluir doenças genéticas ou autoimunes e obstruções crônicas das vias pancreáticas.
Quais os fatores de risco para ter pancreatite?
Existem vários fatores de risco associados ao desenvolvimento de pancreatite, tanto aguda quanto crônica. Alguns dos principais fatores de risco incluem:
- Consumo excessivo de álcool
- Cálculos biliares migratórios
- Pessoas com histórico familiar de pancreatite
- Lesões ou traumas na região abdominal
- Infecções virais, como as causadas pelo vírus da caxumba
- Elevados níveis de triglicerídeos no sangue
- Hiperparatireoidismo
- Uso de estrogênios, tetraciclina e corticosteroides
- Obstrução dos ductos pancreáticos, incluindo os causados por tumores ou pancreatite autoimune
- Procedimentos cirúrgicos na região abdominal
- Condições genéticas raras, como a fibrose cística e a pancreatite hereditária
É importante notar que, em alguns casos, a causa da pancreatite pode não ser identificada. Se o indivíduo apresentar fatores de risco ou sintomas sugestivos de pancreatite, é fundamental procurar atendimento médico.
Como é o diagnóstico de pancreatite?
O diagnóstico de pancreatite envolve avaliação clínica completa, exames de imagem e testes laboratoriais. Alguns dos principais métodos diagnósticos incluem:
- Avaliação clínica e exame físico: inclui uma entrevista detalhada sobre os sintomas, histórico e fatores de risco do paciente; ao exame, pode-se identificar dor abdominal, inchaço e outros sintomas relacionados
- Exames de sangue: úteis medir os níveis de enzimas pancreáticas, como a amilase e a lipase, que geralmente estão aumentadas na pancreatite
- Exames de imagem: usados para visualizar o pâncreas e identificar sinais de inflamação; ultrassonografia, tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM) são as técnicas mais comuns
- Endoscopia: pode ser usada para avaliar diretamente o pâncreas e os ductos pancreáticos
- Biópsia: em alguns casos, pode ser necessária a coleta de uma pequena amostra de tecido pancreático para análise em laboratório
O diagnóstico da pancreatite é baseado nos sintomas clínicos, nos resultados dos exames de sangue e de imagem, e na exclusão de outras possíveis causas para os sintomas.
Como prevenir a pancreatite?
Embora nem todas as formas de pancreatite possam ser prevenidas, algumas medidas podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver essa condição, como:
- Limite o consumo de álcool ou evite-o completamente, se possível
- Opte por uma dieta equilibrada, com baixo teor de gordura saturada, açúcares refinados e alimentos processados
- Mantenha um peso saudável por meio de dieta e exercícios físicos regulares
- Se você tem diabetes, colesterol elevado ou outras condições médicas, é fundamental controlá-las adequadamente
- Se você fuma, procure ajuda para parar de fumar
- Tome medicamentos apenas sob prescrição médica e siga as orientações do profissional de saúde
- Tome precauções para evitar traumas ou lesões na região abdominal
- Certifique-se de estar atualizado com as vacinas contra hepatite A e B
Embora essas medidas possam reduzir o risco de pancreatite, é importante lembrar que nem todos os casos podem ser prevenidos. Algumas formas de pancreatite podem ser causadas por fatores genéticos ou outras condições médicas subjacentes.
Se você apresentar sintomas sugestivos de pancreatite, como dor abdominal intensa e persistente, náuseas ou vômitos, procure atendimento médico imediatamente. O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento adequado e para evitar complicações graves!